A HORTA ESCOLAR COMO INSTRUMENTO ECOPEDAGÓGICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA, DA INTERDISCIPLINARIDADE E DA TRANSVERSALIDADE. ESTUDO DE CASO NA ESCOLA MUNICIPAL PEDRO ERNESTO, NO RIO DE JANEIRO.
Yayenca Yllas Frachia
Resumo:
A busca por metodologias inovadoras e eficazes de ensino tem se tornado uma prioridade na educação, especialmente no contexto de retomada das aulas presenciais após os desafios impostos pela pandemia da Covid-19. Nesse cenário, a combinação da horta agroecológica e pedagógica, que implemente metodologias de ensino ativas, apresenta-se como uma proposta relevante no contexto educacional. Sendo assim, o projeto realizado em colaboração com a Escola Municipal Pedro Ernesto no Rio de Janeiro tem como objetivo evidenciar o potencial da horta escolar como espaço ecopedagógico para o ensino e a aprendizagem. Sua abordagem, centralizada na pesquisa-ação, foi complementada pela observação participante e por rodas de conversa. Iniciada em maio de 2021, a pesquisa se estendeu até dezembro de 2023, envolvendo diretamente 350 estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, 11 docentes regentes de turma, a equipe da gestão pedagógica, merendeiras, pessoal de manutenção, colaboradores e as famílias dos educandos. As práticas ecopedagógicas foram baseadas no Planejamento Dialógico Ecopedagógico (PDE), promovendo a integração entre a horta, as salas de aula, o laboratório de Ciências, o refeitório, a sala de leitura, a sala de recursos inclusivos, o colaboratório tecnológico e os lares das crianças. Além de permitir o cultivo de vegetais e o acompanhamento de seus ciclos de vida, a horta estimulou o desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial das crianças. Também promoveu o desenvolvimento do pensamento crítico, do trabalho colaborativo, da resolução de problemas e da sensibilização ambiental. Além disso, motivou o engajamento e a formação da equipe docente para a promoção de práticas pedagógicas interdisciplinares baseadas na agroecologia. As vivências na horta pedagógica sensibilizaram estudantes e docentes sobre alimentação saudável e a preservação da Natureza. A construção coletiva fortaleceu o sentimento de pertencimento e identidade dos participantes com a horta e a escola. Além de contribuir para a disseminação do conhecimento e fomentar novas práticas inovadoras na educação, a metodologia utilizada na pesquisa pode servir de inspiração para outras instituições de ensino adotarem abordagens semelhantes. Em conclusão, ao longo dos 31 meses de pesquisa no chão da escola pública, o estudo demonstrou o potencial desse laboratório vivo a céu aberto para promover práticas onde as crianças sejam protagonistas da ação educativa, conseguindo assim uma aprendizagem mais significativa e contextualizada.
Data e horário: 19/12/2023 – 10h
Local: Centro de Tecnologia da UFRJ, Bloco D, Sala D215
Banca:
Heloisa Teixeira Firmo (orientadora) - COPPE/UFRJ
Heloisa de Camargo Tozato (coorientadora) - USP
Renan Finamore Gomes da Silva - ENSP/Fiocruz
Patrícia Raquel Baroni - PPGE
Gustavo Carvalhaes Xavier Martins Pontual Machado - NIDES/UFRJ