Mulheres na Agroecologia no Estado do Rio de Janeiro: Protagonismo, Autonomia e Geração de Renda
Larissa Quaresma do Lago
Resumo: As mulheres rurais são pouco valorizadas pela sociedade e enfrentam dificuldades decorrentes tanto da própria condição da agricultura familiar em relação à sociedade, quanto em virtude de relações familiares patriarcais, com os próprios maridos, pais e outras pessoas. Neste estudo investiga-se como a agroecologia permite contribuir para que essas mulheres rurais possam buscar uma fonte de geração de renda e a sua emancipação, construindo maiores níveis de autonomia e consequentemente, diminuindo as relações de dependência e poder geradas pelo patriarcado. Diante desse cenário, no presente trabalho propõe-se analisar a ação das mulheres na agroecologia no estado do Rio de Janeiro através da avaliação da atuação e organização dessas mulheres por intermédio do trabalho realizado no coletivo produtivo Empório da Chaya, assim como da Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ). A organização dessas agricultoras através de coletivo, mesmo quando não promove uma geração de renda significativa dentro do orçamento dessas mulheres, incentiva seu fortalecimento enquanto mulheres e trabalhadoras, provocando diversas mudanças em sua autonomia social e política, fazendo com elas ocupassem espaços públicos, despertassem a sua autoestima e desenvolvessem outras habilidades e as colocassem em outro lugar para além da função que muitas ocupavam antes como donas de casa limitadas ao ambiente doméstico. Além disso, a organização das agricultoras através do Grupo de Trabalho Mulheres da AARJ vem permitindo que essas mulheres sejam fortalecidas e inspiradas a lutarem por seus direitos ao acesso à terra; à valorização do seu trabalho; à equidade de direitos entre homens e mulheres; a sua segurança física, psicológica e do seu patrimônio; entre outras pautas relevantes para as mulheres. Através do GT Mulheres AARJ, as suas integrantes se incentivam, ajudam, trocam informações, experiências, conhecimentos, sendo ali criado um importante espaço de segurança, afeto e cuidado. Desta forma, foi possível verificar que a Agroecologia permite espaço para que as mulheres se organizem, vivenciem os seus conhecimentos e sejam mais valorizadas e reconhecidas como agriculturas.
Data e horário: 26 de Agosto de 2020, às 10:00.
Local: Remotamente, acessível pelo link https://meet.google.com/zuo-tbmz-qia
Banca:
Heloisa Firmo(orientadora) – NIDES/UFRJ
Luciana Correa do Lago – NIDES/UFRJ
Diana Helene Ramos – NIDES/UFRJ
Angela Maria da Silva Gomes – UNIBH