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Sala ABC112, ligação ABC (fundos do Bloco B), sala 112 (perto do Itaú), Centro de Tecnologia, Cidade Universitária
Rio de Janeiro, RJ

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Apresentação

enedsEsta projeto de pesquisa, contemplado com bolsas no edital PIBIC (http://posgraduacao.ufrj.br/pibic), analisa a perspectiva da engenharia que tem como ideal colocar o desenvolvimento técnico a serviço dos mais pobres (KAWAMURA, 1986) ou, como denomina mais recentemente Kleba (2017), insere-se na Engenharia Engajada, como um dos seus múltiplos (e distintos) ramos. Para isso, analisa a construção dos campos da Engenharia Popular (Encontros de Engenharia e Desenvolvimento Social - ENEDS e EREDS - https://eneds.org.br/), da Engenharia para o Empreendedorismo Social (ENACTUS - http://www.enactus.org.br/), da Engenharia Humanitária (Engenheiros Sem Fronteiras - https://esf.org.br/  e TETO - https://www.techo.org/brasil/), além de redes internacionais como a Red Colombiana de Ingeniaria para el Desarollo Social (ReCIDS - https://www.facebook.com/ReCIDS/) e Engineering for Social Justice and Peace (ESJP - http://esjp.org/). O caminho metodológico da pesquisa combina a análise de documentos (publicações, sites, anais, programação dos eventos e caracterização dos inscritos) com a observação participante de projetos e dos principais encontros desses campos, além de entrevistas com membros-chaves desses diversos grupos. Atualmente o projeto se dedica a analisar as transformações nos currículos dos cursos de engenharias a partir da curricularização da extensão e da implantação das novas DCNs de 2019 nas engenharias, fazendo parte do grupo de pesquisa "O papel dos engenheiros na transformação social: engenharia engajada no Brasil e no mundo".

 

Fundamentação Teórica

Para realizar a pesquisa, seguimos algumas pistas de trabalhos recentes, como Kleba (2017), que caracteriza a engenharia engajada, assim como trabalhos já clássicos sobre o tema, como Kawamura (1986), que aponta o papel da engenharia em uma sociedade capitalista. Conforme esta última, existiam, nos anos 1970-80, três vertentes principais da compreensão do trabalho da engenharia no país. A primeira delas tinha como horizonte a necessidade de modernização das grandes empresas privadas, de modo a que elas pudessem se tornar mais eficientes e competitivas. A segunda, que não se opunha necessariamente à anterior, tinha como perspectiva o desenvolvimento de tecnologia nacional. A terceira linha, minoritária, tinha como ideal colocar o desenvolvimento técnico a serviço dos mais pobres/excluídos.

tetoA terceira vertente - na qual esta pesquisa se insere - seguiu, de sua parte, periférica. Contudo, a partir da metade da década de 1990, e em resposta às crises geradas ou agravadas pelo neoliberalismo reinante no mundo desde a década anterior, ela experimenta um florescimento não desprezível, manifestado no (re)surgimento de uma pluralidade de iniciativas, no Brasil e fora dele, de um horizonte socialmente comprometido da atuação em engenharia. Elas, em conjunto, constituirão aquilo que Kleba (2017) chamará de engenharia engajada. Seriam exemplos disso movimentos como a Engenharia Humanitária (NIEUSMA & RILEY, 2010); a Engenharia para a Justiça Social e Paz (RILEY, 2008) e o campo da Engenharia e Desenvolvimento Social ou Engenharia Popular (ALVEAR et al., 2017).

Em comum, todas essas práticas de engenharia traduzem novas diretrizes profissionais, éticas e educacionais voltadas para a profissão da engenharia em sua relação geral com o estado, o setor privado e a sociedade civil (KLEBA, 2017). Elas, entretanto, são bastante diversas quanto aos objetivos intencionados, que podem ser a disseminação, ou seja, a inclusão social com acesso a tecnologias já disponíveis; a otimização tecnológica; e a revolução tecnológica. Tome-se como exemplo os automóveis. Pode-se permitir aos excluídos adquirir carros (inclusão), pode-se projetar carros menos poluentes e que evitem acidentes (otimização), ou pode-se buscar reinventar o conceito de mobilidade para além do automóvel na forma como ele é concebido hoje, provendo soluções que apresentem vantagens tecnossociais, econômicas e ambientais (KLEBA, 2017, p. 175).

Esta pesquisa se filia à última possibilidade, que o autor chama de revolução tecnológica, mas que já recebeu diversos outros nomes, como Tecnologia Social (DAGNINO, 2010), Adequação Sociotécnica (DAGNINO, BRANDÃO e NOVAES 2004), Racionalização Subversiva da Tecnologia (FEENBERG, 1992).

 

Objetivos

esjpGeral

Entender as diferentes perspectivas ideológicas, teóricas e metodológicas de grupos de engenharia que pretender atuar diretamente na transformação social.

Específicos

- Analisar publicações, programações de eventos e perfil dos participantes de encontros desses grupos de engenharia, como Engenharia e Desenvolvimento Social, Engenharia Popular, Engenharia Humanitária, Engenharia e Empreendedorismo Social, Red Colombiana de Ingeniería y Desarollo Social (RECIDS) e Engineering for Social Justice and Peace (ESJP).

- Fazer uma revisão bibliográfica sobre História da Engenharia (no Brasil e no mundo), Extensão, o Conceito de Tecnologia, Tecnologia Social e perspectivas de transformação social.

- Analisar as tecnologias que são desenvolvidas por esses grupos e em que medida se diferenciam das tecnologias convencionais, se aproximam do que é chamado Tecnologia Social e como incorporam perspectivas tradicionalmente excluídas nas tecnologias convencionais (de gênero, raça/etnia e classe).

- Entrevistar os principais atores desses grupos, para identificar suas visões, ideologias, perspectivas teóricas e metodologias.

- Levantar a história desses grupos, como se organizam, conflitos e controvérsias internas.

- Pesquisar como essas perspectivas estão ausentes e/ou presentes nos currículos dos cursos de engenharia.

- Analisar esses dados e sistematizar em publicações (artigos e um livro)

 

Publicações

-  RUFINO, Sandra et al. INOVAÇÕES E DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA: DEBATE SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DAS DIRETRIZES NACIONAIS E DA CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO. Em: TONINI, Adriana Maria, PEREIRA, Tânia Regina Dias Silva (Organizadoras). ABENGE 50 ANOS: DESAFIOS DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NA EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA. Brasília: ABENGE, 2024. Disponível em: http://nides.ufrj.br/images/Imagens/programas/SOLTEC/PROJETOS/EngEng/LIVRO_FINALIZADO__SD_2023.pdf

- ALVEAR, Celso Alexandre Souza; RUFINO, Sandra; CURI FILHO, Wagner Ragi; CRUZ, Cristiano Cordeiro.  Panorama nacional sobre a implantação das DCNs 2019 e da curricularização da extensão nos cursos de engenharia - Relatório Final. Relatório do projeto de pesquisa. UFRN / UFRJ / UFOP / IME. 2023. Disponível em: http://nides.ufrj.br/images/Imagens/programas/SOLTEC/PROJETOS/EngEng/RelatorioFinal_CurricularizacaoExtensao_DCNs.pdf

- RUFINO, Sandra; ALVEAR, Celso Alexandre Souza; CURI FILHO, Wagner Ragi; CRUZ, Cristiano Cordeiro.  Panorama nacional sobre a implantação das DCNs 2019 e da curricularização da extensão nos cursos de engenharia - Fase 1. Relatório do projeto de pesquisa. UFRN / UFRJ / UFOP / IME. 2022. Disponível em: http://nides.ufrj.br/images/Imagens/programas/SOLTEC/PROJETOS/EngEng/RelatorioPesqCurricEng_Fase1Final-1.pdf

- ALVEAR, Celso Alexandre Souza; CRUZ, Cristiano Cordeiro; SILVA, Mariana; PASCHOAL, Aristides. Engenharias engajadas: a engenharia humanitária e a pluralidade dos engenheiros sem fronteiras. Revista Tecnologia e Sociedade, Curitiba, v. 18, n. 50, p.209-229, jan./mar. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/rts/article/view/14670. 2022.

- KLEBA, John; CRUZ, Cristiano Cordeiro; ALVEAR, Celso Alexandre Souza (Org.). Engenharia e outras práticas técnicas engajadas: volume 3: diálogos  interdisciplinares e decoloniais. Campina Grande: EDUEPB: 2022. Disponível em: https://eduepb.uepb.edu.br/download/engenharia-e-outras-praticas-tecnicas-engajadas-volume-3/?wpdmdl=2154

- ALVEAR, Celso Alexandre Souza; CRUZ, Cristiano Cordeiro; KLEBA, John (Org). Engenharias e outras práticas técnicas engajadas: volume 1: redes e movimentos. Campina Grande: EDUEPB. 2021. Disponível em: https://eduepb.uepb.edu.br/download/engenharias-e-outras-praticas-tecnicas-engajadas-vol-1/?wpdmdl=1499&masterkey=60be7b41900ac

- ALVEAR, C. A. S. de; CRUZ, C. C.; MIRANDA, P. B. O campo da engenharia e desenvolvimento social no Brasil. Revista Tecnologia e Sociedade., Curitiba, v. 13, n. 27, p. 188-207, jan./abr. 2017. Disponível em: < https://periodicos.utfpr.edu.br/rts/article/view/4695>

- ALVEAR, Celso Alexandre Souza de; NUNES, Amanda Azevedo. ENGENHARIAS ENGAJADAS E SUAS IDEOLOGIAS. Anais do 1º Encontro Latino-Americano de Engenharia e Sociedade - São Paulo, 2019. Disponível em: <https://www.doity.com.br/anais/engenhariaesociedade/trabalho/89211>

- FRAGA, L. S. ; ALVEAR, C. A. S. ; CRUZ, C. C. . Na trilha da contra-hegemonia da engenharia no Brasil: da engenharia e desenvolvimento social à engenharia popular. REVISTA IBEROAMERICANA DE CIENCIA TECNOLOGÍA Y SOCIEDAD (EN LÍNEA), v. 15, p. 209-232, 2020. Disponível em: <http://www.revistacts.net/volumen-15-numero-43/365-articulos/907-na-trilha-da-contra-hegemonia-da-engenharia-no-brasil-da-engenharia-e-desenvolvimento-social-a-engenharia-popular>

- ALVEAR, C. A. S.; CRUZ, C. C. ; PASCHOAL, A. M.; ABREU, M. P. S. Prácticas de ingeniería comprometida en Brasil: convergencias y divergencias (resumo). Proceedings of XV International Conference on Engineering, Social Justice and Peace. Bogotá (Colombia), 2020.

 

Equipe

CelsoAlvear  

Celso Alexandre Souza de Alvear (coordenador na UFRJ)

Formado em Engenharia Eletrônica e de Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005). Mestre (2008) e Doutor (2014) em Engenharia de Produção pelo do Programa de Engenharia de Produção (PEP) da COPPE/UFRJ (2008). É Analista de Tecnologia da Informação da UFRJ e atualmente está como Coordenador de Extensão do NIDES/CT/UFRJ.

 
     
SandraRufino  

Sandra Rufino Santos (coordenadora do grupo de pesquisa no CNPq)

Professora do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Possui pós-doutorado em Extensão Universitária e Engenharia Engajada pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e pós-doutorado em Tecnologias Sociais pela Université Catholique de Louvain (UCL), mestrado e doutorado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e graduação pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP).

     
WagnerCuriFilho  

Wagner Curi Filho

Professor do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) - Campus João Monlevade. Atualmente é Diretor do Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas da UFOP, Foi Coordenador do curso de graduação em Engenharia de Produção da UFOP em João Monlevade entre março/2019 e fevereiro/2023. Possui Doutorado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas - SP, Mestrado em Engenharia de Produção pela UFMG. Graduado em Engenharia de Produção também pela Universidade Federal de Minas Gerais (2005).

     
Foto do(a) Cristiano Cordeiro Cruz  

Cristiano Cordeiro Cruz

Atualmente como pesquisador visitante e professor colaborador no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e como pesquisador visitante na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp. Possui graduação (FAJE-BH; 2008) e doutorado (USP; 2017) em filosofia, além de graduação (1999) e mestrado (2002) em Engenharia Elétrica pela Unicamp.

     
JuliaSoares  

Julia Soares Pereira Santos

Graduanda em Engenharia de Controle e Automação pela UFRJ. Bolsista de extensão no projeto Cooperativismo de Plataforma (Organização do Trabalho e Autogestão - OTA) do SOLTEC/NIDES/UFRJ. Técnica em eletrônica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, CEFET/RJ,

     

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