Horta Comunitária na Comunidade Remanescente de Quilombo Machadinha
A Comunidade Machadinha, reconhecida como remanescente de quilombo, em 2006, pela Fundação Palmares, é composta de cinco grupamentos: Fazenda Machadinha, Sítio Boa Vista, Sitio Santa Luzia, Mutum e Bacurau. Ao todo são aproximadamente 300 famílias e um total de 983 habitantes. Atualmente, encontra-se com o processo de requerimento da titulação das terras, junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a prefeitura municipal de Quissamã/RJ, em andamento.
Em 2019, o LITS se aproxima da Comunidade pela disciplina “Aprendizagem por projetos”. As primeiras atividades foram voltadas para conhecer as demandas da população. A baixa qualidade da água foi colocada como a principal demanda da Comunidade. Optamos, assim, por iniciar um projeto de análise da água dos cinco agrupamentos.
Além do problema da água, o núcleo da Fazenda Machadinha tinha um sonho de uma horta comunitária. A horta coletiva no núcleo comunitário Fazenda Machadinha é um projeto da Associação de Remanescente de Quilombo Machadinha, situado na cidade de Quissamã, que teve início em 2019. A Fazenda Machadinha vivencia uma situação de Insegurança Alimentar e Nutricional, caracterizado pela indisponibilidade de acesso à vegetais frescos. O Laboratório Interdisciplinar de Tecnologia Social se une à Machadinha para a execução desse projeto. Muitas visitas e diálogo se desenvolveram até o projeto final junto a comunidade, para o melhor aproveitamento do espaço da futura horta como, o que seria plantado, métodos de hidratação e a organização estrutural do Quilombo para o trabalho realizado na horta. A horta consiste em mais de 1000m² de plantação das mais variadas leguminosas e verduras selecionadas em conjunto com a comunidade. Para suprir a demanda por irrigação, o LITS desenvolve um projeto para construção de um sistema de irrigação, com um poço artesiano e uma bomba eólica. O sistema deve suprir a necessidade da plantação nas épocas mais secas e as verduras serão direcionadas para consumo próprio da comunidade.
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Casa de Farinha no PDS Osvaldo de Oliveira
A casa de farinha é um trabalho em conjunto com o Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Osvaldo de Oliveira, assentamento rural fruto da luta pela reforma agrária localizado no município de Macaé. O projeto foi iniciado em 2018, com o objetivo de atender as demandas locais de dificuldade de armazenagem de aipim, proporcionar um trabalho coletivo de produção e incremento na renda gerada, através da venda desses insumos.
Os maquinários que compõem a casa de farinha no PDS Osvaldo de Oliveira são o triturador, a prensa e o forno. Para a produção da farinha, pedaços de aipim são passados no triturador, onde são ralados até se obter a massa de aipim que segue para a prensa. Esta tem a função de retirar a água da massa através da prensagem. Posteriormente, a massa drenada segue para o forno, onde é completamente desidratada e torrada.
O triturador é movido pela força mecânica de uma bicicleta, necessita de dois (duas) operadores (as), um para pedalar e outro para empurrar a mandioca em direção à um cilindro giratório com lâminas. Foi considerado que o movimento de bicicleta não exige um grande esforço do(a) operador(a), o que não cria grandes restrições às pessoas que o utilizam. Já que, os(as) assentados(as) são em grande porcentagem idosos(as), isso foi um fator relevante para pensar o projeto da máquina.
A estrutura da prensa se constitui de um pórtico metálico com um parafuso, que empurra a massa, e uma alavanca, onde o movimento manual será introduzido. O(A) operador(a) gira a alavanca e, assim, o parafuso desce deslocando uma chapa metálica para baixo, prensando a massa de aipim, envolta por sacos de ráfia, que sofre uma compressão eliminando o excesso de líquido, a manipueira. Entre cada saco de rafia tem uma chapa de madeira para auxiliar na distribuição da compressão. Este líquido escorre pela bandeja formada por tubos metálicos e é coletado por um recipiente para que se possa fazer proveito posteriormente, sendo útil para muitos usos, como para a produção de tapioca e polvilho, por exemplo.
O forno possui um formato retangular e levou em consideração as preferências de altura e largura indicadas pelos assentados, dentre os quais alguns já têm alguma experiência prévia trabalhando em casas de farinha em fazendas. O forno é composto de uma estrutura de tijolos com a cobertura de uma chapa de aço, onde é torrada a massa.
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Vídeo com fotos do projeto.
Participações em eventos e publicações do LITS
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Artigos publicados em anais de eventos
2019 - XVI Encontro Nacional de Engenharia e Desenvolvimento Social (ENEDS), Belém-PA, UFPA
Artigo: Metodologia ativa no ensino de engenharia: subvertendo a lógica mercantil na construção do conhecimento
Autores(as): João Thiago Rodrigues, Valeska Thaísa da Silva, Camila Rolim Laricchia, Isis de Azevedo Bezerra, Maurício Aguilar Nepomuceno de Oliveira, Luciane Caroline de Souza Ferreira, Erick Perassoli da Silva, Igor Ximenes Alvarenga
Link para acessar o artigo: http://eneds.net/anais/index.php/edicoes/ENEDS2019/paper/view/706
Breve relato do evento: Após 15 anos de organização dos Encontros, este foi sediado na Universidade Federal do Pará (UFPA) e coordenado pelos centros acadêmicos da UFPA, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e da Universidade do Estado do Para (UEPA).
Os encontros são marcados pela perspectiva da construção da prática da engenharia popular e o papel do engenheiro no âmbito do desenvolvimento social.
Para este evento, o LITS submeteu um trabalho voltado para a discussão da prática de ensino em engenharia, passando pela ótica mercantil do ensino atual e apresentando alternativas para a subversão dessa lógica, pela prática de metodologias ativas de ensino-aprendizagem e junto a movimentos sociais.
Na mesma sala de apresentação, foram apresentados trabalhos de educação ambiental de Belém, organizados por estudantes da área de engenharia ambiental; trabalhos de estudantes e professores da engenharia junto a comunidades tradicionais de pescadores no Rio de Janeiro como estratégia de resistência dessas culturas; um trabalho de integração entre universidade e comunidade e interdisciplinaridade organizado por estudantes de Engenharia de materiais no Cariri, sertão do Ceará; e um apanhado sobre a construção de conhecimento em Tecnologia Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi um ambiente rico em trocas.
Para além desse espaço, houveram mesas muito interessantes, dentre elas, uma sobre a situação das megaconstruções na Amazônia Legal, sobre Saneamento básico nas periferias de Belém e sobre a experiência de povos indígenas no ambiente acadêmico.
Para mais informações do evento, consultar os links:
Site do evento: https://eneds2019contato.wixsite.com/eneds2019
Anais do ENEDS: http://eneds.net/anais/index.php/edicoes/ENEDS2019
2017 - 1° Encontro Latino-americano de Engenharia e Sociedade, São Paulo-SP, USP
Artigo: Tecnologia Social na construção do saber: impactos do desenvolvimento de uma casa de farinha na transformação social e no ensino de engenharia em Macaé
Autores(as): Isis de Azevedo Bezerra, João Thiago Gusmão Rodrigues, Valeska Thaísa da Silva, Camila Rolim Laricchia, Maurício Aguilar Nepomuceno de Oliveira
Link para acessar o artigo: https://doity.com.br/anais/engenhariaesociedade/trabalho/89186
Breve relato do evento: O 1° encontro Latino-americano de Engenharia e desenvolvimento social foi uma iniciativa organizada pelos Engenheiros Sem Fronteiras, núcleo São Paulo, e o Escritório Piloto da escola politécnica da USP com o intuito de reunir iniciativas de engenheiros e estudantes de engenharia em prol do desenvolvimento social, que apontem para uma nova atuação na profissão.
O evento ocorreu durante 3 dias e o LITS/Macaé submeteu um artigo apresentado por Isis Azevedo, João Thiago Rodrigues e Valeska Thaísa da Silva. Na mesma sala de apresentação, houveram trabalhos com a temática de um jornal universitário de engenharia, escrito por estudantes da Universidade da Colômbia, um estudo também da Colômbia e outro da Argentina acerca do bem viver e a engenharia, ações extencionistas junto a movimentos sociais do campo e um trabalho sobre a participação feminina na engenharia, gerando um ambiente muito rico de trocas.
Nas mesas centrais foram abordados temas desde cooperativas geridas por trabalhadores até racismo na engenharia e problemas de saneamento das cidades.
Para mais informações, acessar o site do evento: https://doity.com.br/engenhariaesociedade
Cartilhas e relatórios desenvolvidos na disciplina “Aprendizagem por projetos” no âmbito do projeto da Casa de Farinha no PDS Osvaldo de Oliveira
Cartilha de distribuição da colheita no coletivo do feijão (2019)
Relatórios (2019)
1- Gestão coletiva na Casa de Farinha
5- Forno
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Cartilhas e relatórios desenvolvidos na disciplina “Aprendizagem por projetos” no âmbito do projeto da Horta Comunitária na Comunidade Remanescente de Quilombo Machadinha
2019 - Cartilha “Análise de água e Construção de um filtro lento”
Relatórios
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