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Sala ABC112, ligação ABC (fundos do Bloco B), sala 112 (perto do Itaú), Centro de Tecnologia, Cidade Universitária
Rio de Janeiro, RJ

Telefone: +55 (21) 3938-7780

 

Nos dias 14 e 15 de agosto, representantes de movimentos sociais (e.g., MAB, MST e catadores), engenheiros/as, cientistas sociais, filósofos, arquitetas, designers e outras pessoas interessadas estarão reunidas para apresentar e refletir sobre as potencialidades e os desafios de algo como a engenharia popular. Esta poderia ser entendida como um tipo de projeto participativo emancipador, que tem como coprojetistas grupos populares, movimentos sociais ou grupos de trabalhadores organizados.

O evento acontecerá no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP e contará com a participação de dois integrantes do Soltec, Celso Alvear e Fernanda Araújo. Pode-se participar dele, inclusive fazendo-se perguntas, também à distância, uma vez que ele será transmitido ao vivo pela Internet. Para a programação completa da atividade, o endereço da transmissão ao vivo e a inscrição (para quem for participar presencialmente), acessem o link: http://iea.usp.br/eventos/engenharia-popular. A atividade é gratuita.

O evento está sendo organizado pela Rede de Engenharia Popular Oswaldo Sevá, com o apoio do IEA da USP.

 

PROGRAMAÇÃO

TERÇA-FEIRA, 14/ago/2018

Demandas de movimentos populares

9h-11h: ENCONTRO 1 – Mesa-redonda – Qual engenharia ou qual tipo de solução técnica é buscada por grupos populares? Diálogo com representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

• Maysa Pereira (Engenheira agrônoma, doutoranda pela UFLA e militante do MST)
• Pablo Dias (Engenheiro florestal e coordenador nacional do MAB)
• Vilma Estevam (Presidenta da cooperativa de catadores Coopersol-Leste (BH))

11h-11h15: Coffee break

11h15-12h: ENCONTRO 1 – continuação – debate com os participantes.

12h-13h30: Almoço

Apresentação da engenharia popular

13h30-15h30: ENCONTRO 2 – Mesa-redonda – O que é a engenharia popular? Apresentação histórica: a tripla origem da engenharia popular brasileira e um panorama geral das atividades que os membros da Repos desenvolvem e desenvolveram no país.

• Celso Alvear (UFRJ)
• Lais Fraga (Unicamp)

15h30-16h: Coffee break

16h-18h: ENCONTRO 3 – Mesa-redonda – O que fundamenta a compreensão de mundo e de engenharia que a EP possui? Fundamentações teóricas: pesquisa-ação, educação popular, feminismo.

• Bruna Vasconcellos (Unifei)
• Fernanda Araujo (Cefet-RJ)

QUARTA-FEIRA, 15/ago/2018

Problematização desse tipo de produção tecnológica

8h30-10h30: ENCONTRO 4 – Mesa-redonda – Alguns desafios da prática popular de projetos de engenharia. 1) Como incorporar os valores, ideais e estéticas do grupo popular ao conhecimento que subsidia o projeto de engenharia popular (ou como se construir uma ordem sociotécnica o mais próximo possível daquela buscada pelo grupo popular)? 2) Como projetar tecnologias digitais em diálogo com tecnologias têxteis artesanais: a questão do diálogo de saberes.

• Cristiano Cordeiro Cruz (USP)
• Tania Pérez-Bustos (Univ. Nac. da Colômbia)
• Debatedora: Maysa Pereira (MST e UFLA)

10h30-11h: Coffee breakAlargando a reflexão: o que se pode aprender de outras iniciativas populares de produção técnica?

11h-13h: ENCONTRO 5 – Trocas de saberes, 2h – Etnografia e tecnologia. Conversa sobre a importância da etnografia e do diálogo entre saberes na construção de soluções técnicas populares. Nesta atividade, não ocorre uma palestra, mas a participação das pessoas presentes em uma conversa com e entre especialistas sobre, no caso, etnografia e produção tecnológica.

• Tania Pérez-Bustos (Univ. Nac. da Colômbia)
• Zoy Anastassakis (UERJ)

13h-14h30: Almoço

14h30-17h: ENCONTRO 6 – Mesa-redonda – Projeto e tecnologia no feminino. Apresentação e discussão de outras iniciativas brasileiras que têm caminhado na articulação entre projeto, tecnologia e o feminino (do qual o feminismo é parte).

• Iazana Guizzo (Universidade Santa Úrsula (RJ))
• Joana Mello (FAU/USP)
• Silvana Rubino (Unicamp)
• Zoy Anastassakis (UERJ)
• Debatedora: Tania Pérez-Bustos (Univ. Nac. da Colômbia)

17h-17h15: Coffee break

17h15-18h: ENCONTRO 6 – continuação – debate com os participantes.

Esse texto, escrito por Mariana Cyriaco, ex-bolsista do Soltec, contribui no debate trazido pelo Centro Acadêmico de Engenharia da UFRJ sobre a reprovação de 70% dos alunos em Cálculo 1 em 2018/1 (https://www.facebook.com/UFRJ.CAEng/photos/a.625381080880989.1073741828.624343327651431/1758435587575527/?type=3&theater).

 

Por Mariana Cyriaco

 

Volta e meia me pego divagando sobre a minha profissão. Sou engenheira, mas por muitas vezes tenho dificuldade em me identificar como tal, sendo duramente reprimida por vários amigos da engenharia. "Pô, você não tem orgulho de ser engenheira?". Tenho e não tenho.

Estudei em uma das melhores faculdades de engenharia de produção do país, compartilhei essa jornada com amigos inteligentíssimos. Mas comecei a faculdade como uma menina criativa e segura de si. Terminei duvidando muito da minha própria capacidade e me sentindo extremamente metódica e racional, quase burocrática.

Tive professores maravilhosos que me incentivaram a procurar soluções para questões reais, montar protótipos de produtos, trabalhar em campo com questões sociais. Mas a maioria das matérias que estudei se resumia a ter aulas medíocres com professores que se orgulhavam de reprovar 60% da turma. Acabar com a autoestima dos alunos parecia uma missão.

Muitos outros apenas davam palestras desinteressantes para alunos desinteressados e se limitavam a exigir presença. Li "Ensaio Sobre a Cegueira" na aula de Gestão da Qualidade. Fui proibida de ler em aulas de macroeconomia que duravam 4 horas e pareciam sessões infinitas de tortura. Escrevia cartas para mim mesma a fim de me manter sã. Era tudo tão chato e enfadonho, tive que enterrar minha criatividade para sobreviver.

Os professores exigiam disciplina, mas como ter disciplina sem antes ter paixão? Sou extremamente comprometida com as coisas que acredito, mas não consigo ser disciplinada simplesmente porque alguém mandou. Talvez esse sistema educacional sirva apenas para algumas pessoas, talvez, para poucas, mas definitivamente não serviu pra mim.

Por sorte fiz um mestrado - em uma área diferente, em um país diferente, com com uma linha de ensino diferente - que me lembrou que eu gosto de estudar. Eu podia escolher um tema que gostasse para trabalhar dentro de uma matéria específica. Eu tive liberdade de investigar as coisas que me interessavam, contanto que seguissem uma linha metodológica. Eu saí do mestrado querendo fazer um doutorado um dia. Querendo dar aula um dia. Querendo fazer uns 37 cursos de pós graduação e aprender sobre um montão de coisas da sociedade, da vida, da ciência, de mim.

Descobrir que eu gosto de estudar, redescobrir minha criatividade, tentar reencontrar minha auto estima em relação a minha inteligência foi um processo que me custou tempo e me custou dinheiro. A faculdade não precisava e não deveria ter destruído isso.

Se eu tenho orgulho de ser engenheira? Bem, acho que tenho orgulho de olhar para problemas de uma forma estruturada, da minha objetividade, da capacidade analítica. Mas isso não me serviria de muito, menos ainda de motivo de orgulho, se eu não tivesse desenvolvido outras competências que considero fundamentais, como a empatia, a vontade de olhar para o próximo e o comprometimento com o sociedade e o mundo em que vivo. Otimizar processos em uma fábrica e gerar redução de custos de milhões não me brilham os olhos se esse for o único objetivo.

A faculdade de engenharia precisa urgentemente trabalhar com o lado humano das pessoas. Precisa urgentemente canalizar a criatividade dos alunos rebeldes para solucionar problemas. Tantos inventores poderiam nascer dali. Tantos solucionadores de problemas complexos. Mas somos reduzidos a nada porque não nos adaptamos a esse sistema burocrático de educação. Porque somos indisciplinados, já que não conseguimos ter paixão. Cada vez mais vejo pessoas brilhantes indo embora da engenharia.

Em resumo, tenho orgulho da minha trajetória, mas não necessariamente da minha formação.

 

Imagem da campanha do CAENG com o slogan 70% de reprovação não é normal

Na semana que vem, terça feira dia 13/03/2018, celebraremos 15 anos de SOLTEC. Queremos muito a presença das pessoas queridas que ajudaram a construir o Núcleo de Solidariedade Técnica durante esse período. O evento ocorrerá no Auditório D220, das 8:30 as 16:30. Depois haverá uma confraternização no Grêmio da COPPE.

15 anos de soltec

 

 

 

O Núcleo de Solidariedade Técnica (SOLTEC), oferecerá um Curso de Introdução à Ferramentas de Contravigilância e Segurança da Informação para Comunicadores Populares. O curso será gratuito, sujeito a lotação e construído de forma coletiva, dessa forma para a participação no curso será necessária a participação em reuniões prévias de planejamento, que serão realizadas para adequar o curso para os atores envolvidos. O público-alvo dessa turma serão comunicadores populares, dessa forma esses militantes terão prioridades nas vagas para o curso. Além disso tentaremos manter paridade de gênero, raça e idade no curso.As inscrições estarão abertas partir do dia 18/04/2018 até o dia 13/05/2018. Deverão ser realizadas pelo e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo., com as seguintes informações:

1) Nome/nome social/apelido
2) Coletivo/Partido/Sindicato/Movimento Social/Espaço de militância
3) Gênero
4) Raça/Etnia
5) Idade

 

OBS1: Caso precise de creche, avise no e-mail e nós tentaremos organizar um espaço adequado para as crianças, na medida de nossas capacidades e da demanda.
OBS2: Os horários e locais das reuniões de planejamento serão divulgados para os participantes via e-mail após a inscrição.
OBS3: O e-mail de contato do curso é hospedado no autistici.org, um provedor de e-mails seguros para ativistas e movimentos sociais. Além disso, nós garantimos que não divulgaremos qualquer dado que nos seja enviado para ninguém de fora da equipe do SOLTEC diretamente envolvida na organização do curso.

ImagemBannerProtestoSOGAEm uma segunda-feira à noite em Berkeley (California/Estados Unidos), no dia 16 de outubro de 2017, cerca de 15 jovens se reuniram em um república de estudantes para começar a discutir temas como Capitalismo, Socialismo, Neoliberalismo, Racismo, Feminismo e luta pela terra. No centro do capitalismo mundial, discutiam como podiam desenvolver ações revolucionárias em suas localidades, inspiradas pela luta do MST.

 

Autor: Celso Alexandre Souza de Alvear (publicada originalmente em https://outraspalavras.net/brasil/sinais-da-presenca-internacional-do-mst/

 

Vim com minha família morar seis meses em Berkeley como professor visitante. Apesar de ter muitas lutas e reflexões de esquerda interessantes aqui, umas das coisas que me chamou mais a atenção foi como o MST é uma influência muito forte em grupos que trabalham com agroecologia e com a luta pela produção local de alimento e contra a especulação financeira na cidade.

 

SOGA2Perto da minha casa, conheci o SOGA (https://www.facebook.com/soga.garden/), uma horta agroecológica auto-organizada por estudantes da universidade de Berkeley. Nela, os estudantes produzem alimentos saudáveis, fazem atividades abertas aos moradores do bairro e promovem palestras e eventos culturais. Cerca de 400 kg de alimentos são doados por ano para um programa da universidade que ajuda estudantes pobres.

 

Uma dessas palestras foi com a militante Effie Rawlings, que tinha acabado de voltar de uma formação com o MST pela brigada internacional dos Amigos do MST, que passou pela Escola Nacional Florestan Fernandes e diversos assentamentos. O objetivo dessa palestra, além de retornar ao coletivo de estudantes sua experiência com o MST, era pensar estratégias de resistência para o SOGA, pois a universidade tem um projeto para construir novos prédios no terreno.

 

Aqui nos EUA, mesmo as Universidades Públicas são pagas (e são caras) e são gerenciadas com uma lógica empresarial, muitas vezes por reitores indicados por conselhos que tem como membros presidentes de empresas.

 

GillTract1Effie já tinha passado por processo semelhante quando era estudante na Horta Comunitária Gill Tract (https://www.facebook.com/ucgilltractfarm/) em 2012, na mesma cidade. Ela e muitos moradores do bairro ocuparam um terreno da universidade para evitar fosse vendido para gerar lucro para a universidade. A ocupação enfrentou agressão policial, processos na justiça e depois de muita luta junto com muitos moradores que entenderam a importância de transformar o terreno em uma horta comunitária, conseguiram negociar com a Universidade e a prefeitura sua permanência.

 

Assim, Effie se juntou com Rebecca Tarlau, que fez doutorado sobre o MST em Berkeley, vivendo em acampamentos e assentamentos por quase dois anos entre 2009 e 2015, com Dasha Pechurina e Grace Treffinger, ambas estudantes da universidade e coordenadoras do SOGA, para pensarem um grupo de estudos de formação política. As quatro militantes, inspiradas pela metodologia do MST, formaram a CPP (Coordenação Político Pedagógica).

 

GrupoEstudosNo dia 16 de outubro de 2017, começaram a primeira experiência desse grupo de estudos. Com duração de seis semanas, e com encontros semanais nas segundas à noite, debateram temas como marxismo, neoliberalismo, globalização, racismo, colonialismo, feminismo, movimentos de resistência, soberania alimentar entre outros. Além disso, usaram a pedagogia do MST, realizando místicas no início de cada debate, todos contribuíram trazendo lanches, dividiam a turma em Núcleos de Base e em cada semana um era responsável pelo trabalho manual como organizar o espaço da aula e limpar a louça no final.

 

Assim, esse grupo tinha como objetivo ajudar na formação política para que os membros do SOGA possam entender melhor o contexto em que a luta deles está e também em formas de se organizar para resistir com mais força. O MST nesse sentido é uma grande inspiração pra todos, com sua organização, com sua metodologia de educação, com sua solidariedade internacional e com todas as conquistas que teve ao longo de sua existência.

 

Como atividade final do grupo de estudos, seguindo a metodologia de sempre unir teoria e prática, o coletivo realizou um ato na Faculdade de Recursos Naturais da Universidade de Berkeley, no dia sete de dezembro de 2017, com o objetivo de pressionar a administração a desistir do projeto. Nesse ato foram realizadas místicas inspiradas pelo MST, uma conferência de imprensa para publicizar o problema, na qual o diretor da faculdade foi convidado a participar, e um debate público de forma a mobilizar mais pessoas a aderirem a essa luta.

SOGAProtestoVideo do ato em: https://www.facebook.com/soga.garden/videos/1506560222712948/

 

Aproveitei uma dessas reuniões para entrevistar a CPP e alguns alunos:

 

Celso: Como o atual contexto dos EUA com o Trump afeta a agricultura familiar e a agroecologia?

Grace: Nós estivemos envolvidas em lutas locais pela terra e pela agroecologia nos EUA e isso sempre esteve na margem. Agroecologia e reforma agrária não são apoiadas por republicanos ou democratas, pois são eles que aprovaram o NAFTA em 1994. Nenhuma partido apoia a agricultura em pequena escala nos EUA

Embora não sintamos em nossas organizações as consequências diretas de Trump ser eleito, ele mudou o contexto, ajudando a articular um projeto supremacista branco mais abertamente racista. Um efeito que observamos foi que isso pode ter levado a mais pessoas a se envolverem em ativismo. Por exemplo, um aumento no engajamento na SOGA.

No que diz respeito a maiores efeitos na agricultura, Trump alimenta o medo dos trabalhadores agrícolas imigrantes com potenciais efeitos para a agricultura (grande e pequena). Nós não estamos sentindo diretamente essas consequências em nossas organizações.

As implicações não são claras, mas sentimos um retorno ao paradigma neoliberal clássico com uma curva fascista da supremacia branca.

Um pedaço de esperança é que os movimentos da terra e da soberania alimentar estão em melhor posição do que na década de 90 globalmente. Embora não tenhamos apoio dos partidos políticos, estamos trabalhando para a transformação dos sistemas alimentares.

 

Celso: Como vocês tiveram contato com o MST?

Rebecca: Primeiro, é importante dizer para os brasileiros, que aqui nos EUA, os movimentos sociais fazem ações, protestos, marchas, mas não tem ações de educação e formação de seus membros, em praticamente nenhuma organização. E os movimentos sindicais antigamente eram instituições que faziam essa formação política dos trabalhadores, mas atualmente só formam as pessoas para serem membros do sindicato.

Assim, meu contato com o MST tem a ver com essa frustração em relação aos movimentos sociais daqui, e sua falta de ações de educação e formação política, e minha vontade de entender como os grandes movimentos sociais incorporam ações de educação.

Dessa forma, vim fazer doutorado aqui em Berkeley com o objetivo de estudar como MST incorpora a educação nas suas lutas. Desde 2009 comecei a frequentar assentamentos do MST, ou seja, durante aproximadamente oito anos pude aprender muito sobre como o MST insere a educação em sua luta, e mais do que qualquer outro movimento social que conheço consegue sempre envolver novas pessoas na organização, na liderança, ou seja são tantas lições para os movimentos sociais nos EUA. Pretendo agora trazer essas experiências para dentro dos movimentos sociais daqui.

Effie: Eu tive dois contatos com o MST. Minha primeira vez foi no congresso nacional em fevereiro de 2014 e minha segunda vez foi nesse ano junto com a brigada internacional dos Amigos do MST (Europa e EUA) na Escola Nacional Florestan Fernandes. Nessa brigada visitamos também quatro ou cinco ocupações e assentamentos e foi realmente inspirador ver o quanto o MST já conquistou em seus trinta e poucos anos, e me fez pensar como temos que agir em todos os níveis, elegendo candidatos, fazendo cursos dentro das universidades e fazendo ações direta como ocupações.

Então ver como isso funciona, ver pessoas que cresceram desde crianças nos acampamentos, como uma mulher que conhecemos, que se formou em economia e hoje ajuda cooperativas do movimento, conectando assim diferentes espaços do movimento dentro de uma estratégia.

Então, ainda é difícil de imaginar que chegaremos lá, como o MST, mas nos serve de inspiração para tentarmos atingirmos nossos objetivos.

Rebecca: É importante dizer também que eu e Effie fazemos parte dos Friends of MST (Amigos do MST), que é uma organização dos EUA feita inicialmente em solidariedade e para ajudar o MST, mas que hoje também é um coletivo organizado que busca trazer lições do MST para os movimentos dos EUA, por ter esse papel importante, conectando organizações da a América Latina e por todo o mundo, com formações em inglês e para países da Africa, para Índia, EUA e outros.

 

Celso: Por fim, como vocês imaginam que esse grupo de estudos pode contribuir na luta de vocês?

Dasha: O grupo de estudos nos ajuda a dar contexto a nossas lutas locais, para podermos fazer uma análise conjuntural de onde estamos. E assim pensar como colocarmos em prática esses conceitos que viemos aprendendo. E, para mim, uma coisa que venho aprendendo muito é como estruturar e organizar nossos coletivos e realmente gosto dessa ideia de grupos de base e como comunicar as ideias e informações para que as coisas aconteçam, sendo o MST a grande inspiração.

 

CPPFoto da CPP do curso (da esquerda para a direita: Grace, Dasha, Rebecca e Effie)

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